VERÔNICA – É NO DELTA DO PARNAÍBA QUE VOU TE AMAR




Se o amor é a percepção máxima do bem da alma,
Abocamos num feixe só a alegria em mil encantos,
De tantos meios que sobressai ardência na vivalma,
Do rio que desce no mar, é amar a vida sem espantos,
E eu faço cantos por todos os recantos na tua calma,
Sem, entretanto, digo que te amo sem fugir, portanto.

Verônica! Quero juntar o Piauí com o meu Maranhão,
Desaguando esse rio de afeições num espetáculo no mar,
Esse monstruoso Rio Parnaíba que separa o meu coração,
Se a natureza é realmente a química, então, me deixe ficar,
Atolado nos manguezais das carícias com fartura e sedução,
Tu! Na minha mão encontrarás a porta e que outro não te dar.

Em cada beijo será uma ilha e em cada abraço uma ilhota,
E no meio do Delta do Parnaíba, só sei que eu vou te amar,
Cantar como os guaras rubros que voam nesta minha rota,
E junto ao teu coração, nós faremos mil dunas sem dilatar,
Cinco braços da hidrografia único das Américas duma garota,
Brotando na Chapada das Mangabeiras e mana beijos no mar.

É aqui o teu Delta no mais alucinado encontro do rio com o mar,
Não é o Nilo da África e nem o Mekong da Ásia que ficam pra lá.
O importante é que banhamos as searas da vida no alvo de ajudar,
Esse povo pobre dos dois Estados que vivem nos beirais para cá,
Não fale das dunas de Erg Chebbi em Marrocos, não quero pensar,
Muito menos do desértico negro argelino, que não tem um sabiá.

Assim, meu amor, podemos subir as dunas das severas emoções,
Aglutinando num marca-passo de sentimentos no extremo oeste,
Tu deste sem leste o meu viver no agreste e que faz tudo celeste,
E ainda veste este lindo biquíni no meu noroeste que vai ao teste,
Abraçando-te entre as brancas dunas do meu arquipélago inconteste,
Em teus lençóis de cabelos amarelos me enlouquecem, fico prestes.

Com o teu sorriso amante, elegante e faiscante de muitas fervuras.
Naufrago como um barco cigano na Ilha do Caju e vou a Igaraçu,
Neste paraíso de tesouros encontro em teus abraços tantas ternuras,
Na cintura onde me afago com bravura, perco-me entre a bacabaçu,
E do tabuleiro pré-litorâneo, quero-te mais com fartura e branduras,
Amando-te sem cessar do jeito que gostas de me amar em Igaraçu.


ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 03/09/2010
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T2475545
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