Ana

Anistiada No Amor;

Angústia No Alheio;

Amplexo No Amigo;

Ambiguidade No Anseio.

Tantas juntas em uma incostante revolução.

És 'tuana',

baiana,

mil anas,

Ana.

Anda pelos morros com a finésse de seu berço,

Dança até o chão nos bailes de quem tem dinheiro.

Feita para chocar, para iludir, para gritar e ser amada.

Para enlouquecer o pobre que não tem da insanidade um grão.

És tu, Ana.

Um dia de carnaval,

A graça que a vida tem pra ofertar,

Mil gargalhadas em um funeral

És tu a força que me faz levantar

És tu Ana,

profana,

urbana,

soberana.

Foi queimada viva, acusada

desceu ao inferno e já não teme nada

E retornou inteira, fabulosa.

absolutamente poderosa.

És tu, Ana.

No final, canta seu louvor

Sem arrepender os passos tortos.

Serás sempre a sutil tempestade,

Carregando o sonho, doando amor.