O AVESSO DA PEDRA BRUTA
Brota nua e sem limite
Esta pedra, que é tudo em mim
Artefato do acato, da flor e do marfim.
Sei caminhar
E além do cansaço, o contentamento.
Âncora
Na areia – incêndio do caos e tédio
No quarto andar do prédio.
Bebes-me
E sacia a tua sede
A foto, o aeroporto
O cobertor, o poema feito gente
O gás liquefeito de chamas lúcidas
Que a minha sala de palavra exata
E mundo novo se acende.
Devoras-me
Começando pela minha
Vidraça possível.
Depois devoras
Esse aço refletido
No meu avesso
Que o amor é o olho
A alegria da minha sintaxe
O cheiro do casaco
Que incendeia o impossível
Brota nua e sem limite
Esta pedra, que é tudo em mim
Artefato do acato, da flor e do marfim.
Sei caminhar
E além do cansaço, o contentamento.
Âncora
Na areia – incêndio do caos e tédio
No quarto andar do prédio.
Bebes-me
E sacia a tua sede
A foto, o aeroporto
O cobertor, o poema feito gente
O gás liquefeito de chamas lúcidas
Que a minha sala de palavra exata
E mundo novo se acende.
Devoras-me
Começando pela minha
Vidraça possível.
Depois devoras
Esse aço refletido
No meu avesso
Que o amor é o olho
A alegria da minha sintaxe
O cheiro do casaco
Que incendeia o impossível