Doce sentimento cândido de outono
Intensamente frio, como um beijo de quem não se ama
Olho para as montanhas, incrédulo estou!
Visualizo a névoa que faz-se de dossel no céu
As vezes me pergunto: o que faço neste mundo?
Qual será minha incubência? Meu destino, minha liberdade
Da qual não gozo como deveria se gozar! Quem sou?
Um pássaro medrado, lacrimando dia após dia, atônito,
Sobrecarregado de idéias, absorto e tácito como o vento
Brando que aflora a minha pele branca, meus sentidos, meu interior
Peço-lhe, clamo por vós, por sua voz, que seja tênue como
As borboletas do virgel, não lhe peço o mundo e muito menos
A eternidade, peço-lhe um facho de esperança, sem vanglória
Que seja acolhedor, sem rancor, sem dor, intenso como o calor produzido por dois corações que soam no mesmo tom, entoando a vida alegremente. Por favor surjas em mim! Necessito de ti!
Para todo sempre, que permaneça eternamente como o arrebol
Do dia, como o lindo desabroçar de uma rosa escarlate, tão carmesim
Que não seja glorioso ou solene, mas que seja profundo ou verdadeiro
Como o sorriso de uma criança, tão esperançoso e cândido
Rogo, pelo teu amor, pelo meu amor, Deus me conceda
O verdadeiro sentido da vida
Não quero perambular mais sem sentido, deixar para trás
Os vãos momentos e viver sem medo, sem rancor
O amor