Doce sentimento cândido de outono

Intensamente frio, como um beijo de quem não se ama

Olho para as montanhas, incrédulo estou!

Visualizo a névoa que faz-se de dossel no céu

As vezes me pergunto: o que faço neste mundo?

Qual será minha incubência? Meu destino, minha liberdade

Da qual não gozo como deveria se gozar! Quem sou?

Um pássaro medrado, lacrimando dia após dia, atônito,

Sobrecarregado de idéias, absorto e tácito como o vento

Brando que aflora a minha pele branca, meus sentidos, meu interior

Peço-lhe, clamo por vós, por sua voz, que seja tênue como

As borboletas do virgel, não lhe peço o mundo e muito menos

A eternidade, peço-lhe um facho de esperança, sem vanglória

Que seja acolhedor, sem rancor, sem dor, intenso como o calor produzido por dois corações que soam no mesmo tom, entoando a vida alegremente. Por favor surjas em mim! Necessito de ti!

Para todo sempre, que permaneça eternamente como o arrebol

Do dia, como o lindo desabroçar de uma rosa escarlate, tão carmesim

Que não seja glorioso ou solene, mas que seja profundo ou verdadeiro

Como o sorriso de uma criança, tão esperançoso e cândido

Rogo, pelo teu amor, pelo meu amor, Deus me conceda

O verdadeiro sentido da vida

Não quero perambular mais sem sentido, deixar para trás

Os vãos momentos e viver sem medo, sem rancor

O amor

LWFF
Enviado por LWFF em 31/08/2010
Reeditado em 02/09/2010
Código do texto: T2470652