REGISTRO DO AMOR
Peguei um punhado de flores e corri
Procurando um alguém para entregar,
Corri morros, nadei em lagos,
Quase fiz um estrago
Procurando a quem meu ramalhete entregar,
Queria entregar a alguém bem especial,
E não achava, para mim todos eram tão “normais”,
Vi os homens, as mulheres, as crianças,
E tanta gente quase morta, sem vida,
Olhando para mim...
Peguei flor a flor
E entreguei aos mortos vivos,
Pedi que inalassem o perfume de cada uma,
E vi a vida que morria ganhando Vida,
E vi semblantes tão lindos,
A morte indo embora porta afora
Deixando para traz o gosto amargo do fel,
Percebi que as pessoas que eu procurava
Estavam tão próximas a mim,
Elas estavam tão “mortas” que eu não as enxergava,
E tudo que elas precisavam era da vida receber um sim,
Hoje saio por aí, mundo afora,
A procura de flores para entregar amores,
Enviadas por Deus, entregues por mim,
Vejo que todas as pessoas são especiais,
Principalmente aquelas que estão desaparecendo,
Nem humanos parecem,
Vivendo uma vida que as levará ao fim.
Meu Deus a Ti peço, por favor,
Usa-me para o fraco, dá-me peito de aço,
Para nessa luta entrar e colorir com Tuas cores,
Perfumar com Tuas flores
Aqueles que tornaram-se incrédulos em Ti.
O amor sempre existirá,
Deus sempre a Mão dEle levantará,
Ao impotente, ao descrente, ao debochado,
O amor de Deus é para todos,
E com meu coração remoçado,
Transformado em tantas flores,
Deixo aqui o registro dos grandes amores
Que são todas as pessoas que passaram
E ainda passarão por mim.