APEGO
Não saia de meu raio visual - eis que te imploro
Porque pioro como a planta que definha, se me vejo sem te vê
Perco as senhas do prazer, me desnutro e descoro
Razão por que te imploro: não me negues a imagem do teu ser!
Um só minuto será eternidade se o teu perfume se ausentar
Se em minha cama não te encontrar, o sono me dirá adeus
A paz se unirá aos conflitos meus e até a brisa poderá me derrubar
Se minha mão por um segundo não te achar, meus dias serão breus!
Posto que sequer a aurora alcança a claridade se não for por teu olhar
No qual consigo iluminar meus passos trôpegos de alucinada dependência
Aprisionando a inocência que desfruto na loucura desse amar
Onde o acerto consiste em errar, onde a estupidez é inteligência!
E assim se dá a crueldade tão bondosa que me agride
Haja vista que meu coração regride se não alcança o teu querer
O que fazer se a prisão da alegria é uma masmorra triste?
Como aceitar da liberdade o convite, se além de ti não há viver?
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