A carta!
Sentir a leveza da pena bailar sobre a folha empaltada
Deslizando os dedos em pensamentos turbulentos,
Relembrando parágrafos
Sem fim
Que demonstram emoções infindas.
Lida e relida
Por tantas vezes
Sem nem ao menos as vezes entender.
Com o objetivo único de enviar
Mesmo sabendo que não
Irá retornar
A resposta que tanto esperava.
O suor misturado as lágrimas
Embasam o dançar das letras
Amarelando e realidade do pergaminho.
As feridas ainda abertas
Não cicatrizaram
A dor é constante
O inexplicável se explica
O visível se torna invisível.
O corpo levita como num sonho mágico
Apenas um sonho
Apenas magia
O fogo me consome as entranhas
Como consome o pergaminho
Fazendo desaparecer as letras
Consumidas pelas chamas
E dessa carta somente
Restou a fuligem