A carta!

Sentir a leveza da pena bailar sobre a folha empaltada

Deslizando os dedos em pensamentos turbulentos,

Relembrando parágrafos

Sem fim

Que demonstram emoções infindas.

Lida e relida

Por tantas vezes

Sem nem ao menos as vezes entender.

Com o objetivo único de enviar

Mesmo sabendo que não

Irá retornar

A resposta que tanto esperava.

O suor misturado as lágrimas

Embasam o dançar das letras

Amarelando e realidade do pergaminho.

As feridas ainda abertas

Não cicatrizaram

A dor é constante

O inexplicável se explica

O visível se torna invisível.

O corpo levita como num sonho mágico

Apenas um sonho

Apenas magia

O fogo me consome as entranhas

Como consome o pergaminho

Fazendo desaparecer as letras

Consumidas pelas chamas

E dessa carta somente

Restou a fuligem

George DAlmeida
Enviado por George DAlmeida em 31/08/2010
Reeditado em 25/02/2024
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