NIRVANA
NIRVANA
Não sei se a seda que vejo é tua pele ou o vestido que escorre por teu corpo
Revelando-me a sensualidade da perfeição de extremidade a extremidade
A nudez revestida e transvestida de pureza e inocência,
O suave perfume, o floral sabor, a magnânima essência,
Diante de mim postada como uma Deusa,
Rainha perfeita, majestade de serena beleza,
Toco-a, com a suavidade de quem toca o puro cristal,
Beijo-a com a agressividade de um beijo animal,
Trago teus seios para junto de meu peito,
Sem tempo para o tempo, nos entregamos ao instinto,
Como em um desdobramento, nossas almas de depreendem da matéria,
E assumimos uma postura espiritual,
A singularidade de um só corpo assumindo uma postura plural,
Vestimos um véu de santidade de um romance fluídico,
Dimensionamos nossos gestos, nossas carícias em esferas jamais habitadas,
A sua respiração me leva ao gozo,
Os meus toques, as minhas palavras recitadas em teus ouvidos a levam ao nirvana,
Os gemidos são ecoados em tons cósmicos,
Ejaculo flores astrais,
Deitados entre um cigarro e outro,
Teu corpo sobre o meu corpo,
Traçamos planos,
Redirecionamos os caminhos,
Agora desnudo tua alma,
Singela, velada e terna,
Na tv um filme de minha vida,
Músicas que me fazem ver a mim mesmo,
A noite finda,
A manhã é gélida,
Não temos pressa, a eternidade nos espera,
Nos envolvemos abraçados em um denso cobertor,
Adormeço em teus braços, sem pressa para acordar,
O sol irradia,
Não me importo,
Sou teu e você é minha...
Sérgio Ildefonso Fev/2003