NIRVANA

NIRVANA

Não sei se a seda que vejo é tua pele ou o vestido que escorre por teu corpo

Revelando-me a sensualidade da perfeição de extremidade a extremidade

A nudez revestida e transvestida de pureza e inocência,

O suave perfume, o floral sabor, a magnânima essência,

Diante de mim postada como uma Deusa,

Rainha perfeita, majestade de serena beleza,

Toco-a, com a suavidade de quem toca o puro cristal,

Beijo-a com a agressividade de um beijo animal,

Trago teus seios para junto de meu peito,

Sem tempo para o tempo, nos entregamos ao instinto,

Como em um desdobramento, nossas almas de depreendem da matéria,

E assumimos uma postura espiritual,

A singularidade de um só corpo assumindo uma postura plural,

Vestimos um véu de santidade de um romance fluídico,

Dimensionamos nossos gestos, nossas carícias em esferas jamais habitadas,

A sua respiração me leva ao gozo,

Os meus toques, as minhas palavras recitadas em teus ouvidos a levam ao nirvana,

Os gemidos são ecoados em tons cósmicos,

Ejaculo flores astrais,

Deitados entre um cigarro e outro,

Teu corpo sobre o meu corpo,

Traçamos planos,

Redirecionamos os caminhos,

Agora desnudo tua alma,

Singela, velada e terna,

Na tv um filme de minha vida,

Músicas que me fazem ver a mim mesmo,

A noite finda,

A manhã é gélida,

Não temos pressa, a eternidade nos espera,

Nos envolvemos abraçados em um denso cobertor,

Adormeço em teus braços, sem pressa para acordar,

O sol irradia,

Não me importo,

Sou teu e você é minha...

Sérgio Ildefonso Fev/2003

Sérgio Ildefonso
Enviado por Sérgio Ildefonso em 30/08/2010
Reeditado em 30/08/2010
Código do texto: T2469108
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