SAFRA 2007
SAFRA2007
Quando as últimas gotas da inocência vermelha...
Como o sangue...
Como o vinho...
Despedem-se da noite em taças vazias...
Vazias de prazer...
Vazias do aroma silvestre de um Pinot Noir,
Vazias da inocência,
Como é inocente o Pinot Noir,
“Noir” como o tinto dos tintos,
Em noites que não acabam nunca,
E quando acabam não ascende o sol,
E se ascende o sol...
Ele é frio...
Como as manhãs que anunciam o inverno,
E o sol que vejo,
O vejo por detrás de óculos escuros,
Que me furtam o teu brilho,
Assim como me furtam o brilho do sol,
E da noite passada o que me resta é o gosto do Pinot Noir,
Pois o breu da noite, também me furtou o teu beijo,
Assim como as “noites” me roubaram teu sorriso,
Que podem renascer...
Desde que aberto mais um Pinot Noir,
Desde que retirados os “óculos escuros”...
Desde que a complexidade da vida,
Como é complexo um Pinot Noir...
Se revistam de vida...
Que se encontram no Sol...
O sol feito por Deus,
Assim como o Pinot Noir...
Assim como o dia sem os “óculos escuros”
Sérgio Ildefonso 15/12/2008
Copyright by Sérgio Ildefonso © Todos os Direitos Reservados