TROVADOR

Eu canto, sorrio, sou feliz,

E dou graças aos céus

Pois o coração me diz

Que foram retirados os véus,

Do ciúme que o corpo judia,

E que a alma atormenta

Mandando embora a alegria

Restando destroços da tormenta;

Do silêncio que calou as trovas,

Das lágrimas rolando na face

Marcando profundas covas

Quando a desconfiança nasce.

Canto, sou pássaro da cidade,

Sou mariposa ao luar do sertão,

Para matar, dele, a saudade,

Que me deixou em solidão.

Quero ouvir, de novo, o meu trovador,

Nesta noite clara de céu estelar,

Preparada com muito amor,

Para nossos corpos aconchegar.