Visita-me nos pés calejados de procurar
Tu, que antes de nascer, já caminhavas
Visita-me nos trapos de vestir um homem
Tu, que já te sabias coberto da pele nua
Visita-me nas sombras das tuas vidraças
Tu, que nos reflexos, prometias espelhos
Visita-me nos belos olhos da antiga alma
Tu, que na calma da noite, rias cantigas
Visita-me na pausa entre o que sou e és
Tu, que no viés da fome, renasce a sede
Visita-me pelos pequenos poros das mãos
Tu, que poucos nãos, ainda sorri delicias.
Visita-me a tempo do tempo não desbotar
Tu, que ventos do teu voltar, quer brisa
Visita-me enfim, como se assim só pudesse
Tu, que passas a minha porta dos amanhãs.