Visita-me nos pés calejados de procurar
Tu, que antes de nascer, já caminhavas

Visita-me nos trapos de vestir um homem
Tu, que já te sabias coberto da pele nua

Visita-me nas sombras das tuas vidraças
Tu, que nos reflexos, prometias espelhos

Visita-me nos belos olhos da antiga alma
Tu, que na calma da noite, rias cantigas

Visita-me na pausa entre o que sou e és
Tu, que no viés da fome, renasce a sede

Visita-me pelos pequenos poros das mãos
Tu, que poucos nãos, ainda sorri delicias.

Visita-me a tempo do tempo não desbotar
Tu, que ventos do teu voltar, quer brisa

Visita-me enfim, como se assim só pudesse
Tu, que passas a minha porta dos amanhãs.
Mirea
Enviado por Mirea em 29/08/2010
Reeditado em 29/08/2010
Código do texto: T2466446