Concierto de Aranjuez

CONCIERTO DE ARANJUEZ

Que passos são esses,

Que voz é essa,

Suave,

Latente,

Serena,

Doce...

Que traços são esses,

Rebeldes,

Marcantes,

Perpétuos,

Eternos...

Que música é essa,

Que penetra nas veias,

Percorre o corpo,

E se assenta na alma,

Que paz é essa,

Que torna alvo até os mais remotos pesadelos,

E perdoa até o mais escondido dos pecados,

E me faz dormir...

Quando tudo o mais era inferno,

E todas as estações eram inverno,

Todas as cores eram negras,

E todas as noites não acabavam...

Que poesia é essa,

Que fala de amor, como quem fala de pão,

Que saudade é essa,

Que amor é esse,

Que desgraça é essa...

Que corrói em chagas o meu corpo,

Que me furta os dias,

E que me nega os sonhos,

Que delírio é esse...

Que maldade é essa,

Que droga é essa,

Que nunca me sacia,

Mas que me mata um pouco mais a cada dia,

Que desejo é esse,

De viver todos os dias da vida em um minuto,

Para que a vida acabe logo,

E me reste a eternidade...

Para nunca mais te perder

E para estar para todo o sempre ao teu lado.

Sérgio Ildefonso

29/08/2010

Sérgio Ildefonso
Enviado por Sérgio Ildefonso em 29/08/2010
Código do texto: T2465716
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