Eu canto o teu silêncio...
O silêncio atinge as lonjuras
E os pássaros se calam...
- Perdi as tuas juras...
Meus olhos buscaram o horizonte
E nada vi
E nenhum som se ouviu...
As palavras de amor se perderam com o vento
E eu te busquei, desesperadamente,
Mas me viraste as costas, em passo lento...
Pregada onde eu estava
Não pude te seguir
E a voz fugiu e não pude te chamar...
- Adiantaria?...
Ofertei-te tudo... E a minha oferta
De variadas formas
Não quiseste receber...
Quando pude, solta,
Seguir-te ao longe,
Não mais te achei...
Pombos correios virtuais
Levaram-te mensagens
Mas não as quiseste ler...
Se as leste, não respondeste,
E teu descaso
Ou teu desprezo
Chicotearam meu rosto
E assim caí...
Beijei o pó da terra
Com o rosto em sangue;
Mas não quiseste ver...
Quedei-me muda
Farrapo humano
E me encolhi...
Em posição fetal
Procurei o útero materno,
Mas só a Mãe Terra estava ali...
Enterrei-me viva
Em chão de espinhos
Com lágrimas cor de sangue...
E assim, dormi...
E dormirei
Até que o Príncipe
Traga seu beijo...
E me subsumi na Terra
Para ser pássaro
E cantar em tua janela...
Abdiquei de mim
E de minha identidade
Para te alegrar com música.
- Mas fechaste a janela!
Então,
Enlouqueci...