Fujona
Eu já não posso imaginar que sou seu bem.
Não tenho você e sem seu olhar não sou ninguém.
E não há ninguém a quem possa amar,
o que é fácil de explicar.
Às vezes você me desaparece e porque
será, meu amor, que isso acontece se você
já sabe, se mais amor eu tivesse,
pra você iria dar?
Eu já não posso nem mais pensar na solidão,
e muito mais medo ainda vou ter no coração
se um dia você quiser esquecer
de que pra mim deve voltar.
Taí uma coisa que vou lhe pedir
pra não pensar.
Sua fujona, eu acho que você quer me matar,
pois sem você não sei ficar.
Deixe de lado a intenção de me fugir.
Você é somente toda a razão de eu existir.
Rio, 23/03/1967