Nunca assopre as cinzas do braseiro...
Nunca assopres as cinzas do braseiro
Pois lá no meio, escondido no carvão,
Pode uma brasa transformar-se em luzeiro
E acordar, queimando, um sonho em vão...
Nunca acordes as lembranças do passado
Deixa que o tempo as leve para longe...
Que se esmaeçam nas sombras do magoado
Coração... Pois é o lugar onde se esconde
Tudo aquilo que doeu e machucou...
É sacrário onde se guarda o que chorou
O corpo e a alma de quem, um dia, amou...
O braseiro é traiçoeiro em seu ardor:
Quando se pensa que não existe mais calor
Acorda redobrado todo o amor...
- Nunca assopre as cinzas... É mais dor!...