Nunca assopre as cinzas do braseiro...

Nunca assopres as cinzas do braseiro

Pois lá no meio, escondido no carvão,

Pode uma brasa transformar-se em luzeiro

E acordar, queimando, um sonho em vão...

Nunca acordes as lembranças do passado

Deixa que o tempo as leve para longe...

Que se esmaeçam nas sombras do magoado

Coração... Pois é o lugar onde se esconde

Tudo aquilo que doeu e machucou...

É sacrário onde se guarda o que chorou

O corpo e a alma de quem, um dia, amou...

O braseiro é traiçoeiro em seu ardor:

Quando se pensa que não existe mais calor

Acorda redobrado todo o amor...

- Nunca assopre as cinzas... É mais dor!...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 27/08/2010
Código do texto: T2463500
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