Sou lembrança do amor...

Presa às correntes do passado

Como fantasma perambulando em noite escura,

À procura de Paz,

Eu fui a sombra da noite esperando

O raiar do dia que pra mim nunca chegou...

Envelheci presa a uma promessa

Que me foi impossível descumprir:

“Te amei, te amo e sempre te amarei!...”

Esta foi minha razão de existir

Foi a Esperança dos longos anos de tortura

Em que tua imagem, no horizonte, me alentava

E eu pensava em um dia te encontrar...

Mas cada vez, quanto mais te procurava,

Mais distante de mim o meu fruir...

Cansou-me o tempo, pesaram meus invernos,

A geada branqueou os meus cabelos

E na busca por ti eu me perdi...

Procurei! Procurei em todos os caminhos!

Se me diziam: “Está ali,” ali eu ia,

Mas não tinhas vindo ou já tinhas ido embora

E eu continuava, coração já combalido,

Procurando a miragem que eras tu...Me confundi

Pensando encotrar-te, te perdi...

Esqueci-me de mim... E não vivi!...

As correntes ficaram mais pesadas

Em sombra escura cada vez mais me envolvi

Procurando onde estavam tuas pisadas...

Queria ouvir, de novo, tuas risadas,

Teus olhos sorridentes, teu sorriso,

Sentir os lábios do primeiro beijo

E assim, envelheci...

Sempre ouvi que o Amor é a maior força!

Que tudo pode, quando ama e procura

A alma gêmea do seu coração! E o Amor

Se é verdadeiro é assim compartilhado...

E vence tudo, pois de tudo é mais forte!...

Mas eu perdi...

Presa às correntes do passado

Como fantasma perambulando em noite escura

À procura de Paz,

Sou apenas uma sombra em tua vida

E não permitirás jamais que eu veja a Luz...

Quando, nas noites encardidas e sem lua,

Ouvires os suspiros dos meus “ais!”

Que ao menos, em puro sentimento

Role uma lágrima em tua face adorada,

não de tristeza ou mesmo de de saudade,

mas de carinho pelo amor que te pedi...

E lembres quem te amou por toda a vida

E assim mesmo possas tu sorrir

Porque, se alguém, neste mundo foi amado,

Tu o foste, por esta que está aqui...

Presa às correntes do Passado,

Fantasma errante, caminhante pela vida

Que não vivi,

Continuarei a te amar eternamente

Embora saiba que sou pouco para ti...

Não me olhes com desdém ou com desprezo:

- Sou apenas uma alma que morri...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 27/08/2010
Reeditado em 27/08/2010
Código do texto: T2463442
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