O que me resta...
O que me resta?... Lembranças esparsas...
Passado feliz... Hiato perdido de tempo...
Reencontro!... Fugaz e passageiro,
E mais lembranças para recordar...
Parece que acordei: foi tudo um sonho!...
E tu foste para mim o amor primeiro...
- Não estou chorando! As lágrimas que rolam
São de um cisco, pois hoje está ventoso!...
Vê apenas o sorriso das lembranças
E das minúcias do agora e do antanho
E deste amor que não teve tamanho:
Pois é tão grande que não tem como medir...
O que me resta?... Há vários caminhos
O difícil é escolher a qual seguir!...
Esquecer – arrancando o coração!
Esquecer e morrer sem teus carinhos...
Substituir o velho amor por um mais novo
É uma possibilidade a ponderar...
Mas se isto nunca foi possível
Poderei agora, assim, trocar??...
Não sei. Mas não me importa o que me resta!
Segue teu caminho e sê feliz!
De longe espiarei... E assim te vendo
Escreverei versos e me tornarei raiz
Profunda, como a dor que me acompanha
E viverei e viverás!... Como eu te quis!...
Profunda raiz, árvore copiosa...
Quem sabe, um dia, sentarás à minha sombra
E sob a copa de folhas muito verdes
Ouvirás sussurros vindos não sei donde
E me ouvirás nas canções do farfalhar das folhas...
E se uma gota cair lá no teu rosto
Não penses que é a árvore que chora:
- É apenas um pouco de orvalho que guardei pra ti...