CAZULO ININTERRUPTO

Dia após dia

palavras ao vento debulhei,

jogando ao léo;

sementes do meu amor.

Não pude num só instante

Resumir para ti

meu nobre encanto.

Não quis ser insinuante,

quis ser somente serva,

serva de um só senhor,

um amante provedor de paixão.

Mas sempre muito ingrata

e as vezes relutante

fui escondendo-me em meu cazulo;

de maremotos e tempestades,

e num grito ofegante

dizia-me a mim mesma,

que agora poria um fim;

No amor que reneguei em mim.

Que por culpa de mim, matei,

e em suspiros sem fim, afoguei

Nas lágrimas insessantes

desse meu louco amor.

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 25/08/2010
Reeditado em 25/08/2010
Código do texto: T2459011