CAZULO ININTERRUPTO
Dia após dia
palavras ao vento debulhei,
jogando ao léo;
sementes do meu amor.
Não pude num só instante
Resumir para ti
meu nobre encanto.
Não quis ser insinuante,
quis ser somente serva,
serva de um só senhor,
um amante provedor de paixão.
Mas sempre muito ingrata
e as vezes relutante
fui escondendo-me em meu cazulo;
de maremotos e tempestades,
e num grito ofegante
dizia-me a mim mesma,
que agora poria um fim;
No amor que reneguei em mim.
Que por culpa de mim, matei,
e em suspiros sem fim, afoguei
Nas lágrimas insessantes
desse meu louco amor.