Confesso-me em Orvalho

A melodia jamais

Deixara a letra sem música,

A maestria sem poema,

A ilusão sem o sonho

Morador do âmago!

As pétalas da rosa não caíram,

Voltaram em alvas caricias

Realinhando no céu o zodíaco,

Mapeado num sentimento

Puramente simples... Natural!

Nas muitas entrelinhas

Descritas nestas noites caladas,

Me fiz e me faço confesso

Da bela girando pelo meu botequim,

Dona do meu jardim... Orvalhado!

Pelas folhas de papel

Aprendi a tecer em dissonâncias

A fragrância perpetuada nos tecidos,

A grafada imagem lunar,

Ah! Esta eu guardo, num relicário,

Somente meu!

Auber Fioravante Júnior

20/08/2010

Porto Alegre - RS