Vida Mendiga.

Fala-me da tua época, dos teus sonhos

Mostre os teus olhos borrados

E o teu sapato engomado.

Fale da tua vida, os podres que cometeu

E aqueles cachos macios, que foi que tu fizestes?

Sentado no banco da praça

Não ri, não chora, não vê.

Como uma caixa vazia, espera o teu presente.

Pisando descalço as calçadas sujas e frias

Dorme com os ratos ao invés de no seio quente de tua amada,

Repousar a cabeça.

Olha em teus próprios olhos, pede que o esqueça.

No sol quente do meio dia, coçando os cabelos

Cuspindo na vida, pede um centavo

Vida mendiga.

Fala-me da tua época, dos teus sonhos

Porque peregrina nessa loucura se tens um amor?

Teus olhos turvos olham nos meus

Teu cheiro podre, um dia perfumado

Ri de mim com teus dentes caídos

Tua voz gutural, responde-me num escárnio:

O amor me jogou na sarjeta e mata-me nesta loucura!

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 23/08/2010
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