AMOR SERTANEJO...
Era ali que ele passava
Montado no seu cavalo
O cansaço e a viola
E o naco de pão na sacola
Um dia bem de noitinha
Lá pras bandas da estradinha
Aquela luz avistou
E já cansaço da vida
De frente a ela parou
Chamou um grito de macho
Contando a outro encontrar
Qual não foi sua surpresa
Aquela rosto da nobreza
De súbito como um bote
Suave perfume no ar
A mulher o recebeu
Perguntou-lhe o que queria
Arregalado dos olhos
Naquela luz que ilumia
Envergonhado chegou
E ao seu ouvido pedia
Em voz suave e certeira
Agora sem tom de macho
Pediu-lhe água ao cavalo
Atrelado na porteira
Debaixo daquele luar
Uma pura troca de olhar
E como que em desabafo
A mulher, bela donzela
Confessou que era só ela
Na velha casa a morar
Confessou também saudade
Da sua vida de infância
Nem sofrimento ou ganância
Nem cercas na liberdade
Disse que há muito tempo
Perdeu seu filho e marido
Foi-se tudo que é querido
Pra solidão lhe habitar
Mas agora fascinada
Sentiu coração palpitar
O amor está no ar
Depois de tudo ajeitado
Aquele homem encantado
Rumo a estrada partiu
Mas o coração não se engana
Seu destino não seguiu
Porque ali ficou marcado
Na bela noite do cerrado
Que voltariam a se olhar
Um dia destes, em breve
Um grito de amor a chamar