Nossos rosais
Meus pés os teus pés aquecem
e neste calor que é quase solar
meus olhos cerrados esquecem
abertos teus sonhos para amar!
Nossas mãos sem donos físicos
ficam escravas do amor perfeito
e entre meneios vão aos poucos
perfumando nosso pensamento!
Meus lábios na tua boca solar
balbuciam um afago orvalhado
sublime verossimilhança lunar,
da elegia fomos nos desatando!
Tua mente cigana tem ousadia
e com mansuetude dulcificante
cada um de meus sonhos vigia
e neles entra com o ar penitente!
Meu plexo etéreo bem selvagem
flui doravante o eterno-presente
e raias de dor não mais plangem
fico a cismar enternecidamente!
Em comunhão total nos doamos
fechando esperas doídas demais,
tempos atrás já nos pertencemos,
semeamos calmos nossos rosais!
Santos-SP-21/09/2006