Poema 0818 - Uma manhã
Era um mês de primavera qualquer,
ou nem era mês, nem primavera,
um campo limpo pra andar descalço,
um corpo ao lado, de mãos juntas,
como ontem acabou, outra vez pra recomeçar.
Era uma manhã de sol e chuva,
que sonhamos noite passada,
a voz ficou calada no teu lado da cama,
a janela abriu e fechou a lua
e nem o clarão nos fez voltar os olhos.
É quase setembro ou um outro dia de flor,
inventei um carinho que as palavras abafaram,
gritei uma canção pra me mostrar,
foi quando o silêncio calou o beijo,
não sei se aprendemos, e, voltamos a nos amar.
Se um dia perder o sol dos teus olhos,
como já me perdi pelos caminhos desta minha vida,
não sei como é passar o ano sem primavera
ou uma noite sem ti, sem meu amor por ti,
vai ser como um arco-íris em branco e preto.
20/09/2006