Cataclismo
Minha cabeça gira lentamente os meus olhos
Num entorpecente devaneio de silêncio
Onde um misto prático de realidade e sonhos
Não me deixa por minuto algum atento
Eu tenho sete motivos em quatro gerações humanas
Pra discordar de tuas palavras profanas
À esmo de um Que ce soit
Pelo signo da noite
Teu pescoço arrepiado, tua pele asseada
Louca, inebriada, espreita, gata despenteada
Outras palavras postas sobre a mesa
Je t’aime à francesa
Aguçando meus sentidos, entre reinos e domínios
Baixadas em teu corpo, estadias e repouso
Beber teu mel, fitar teus olhos, longínquos
Desafio, parto, fico, plano outro, redito, ouso!
E tal chama sofreu por teu cataclismo
As influências tardias do cinismo
Meu chapéu quebrado, tal qual meu coração
E as rosas vermelhas, pelo sangue e a cerração
La solitude et la pluie, molhando as lembranças
Ses mots doux, mantendo as esperanças
É tudo como uma miragem na neblina
Mas sinto que ao longe, sempre fostes minha...
E agora, antes que fostes ou que serás, apenas és!