Cataclismo

Minha cabeça gira lentamente os meus olhos

Num entorpecente devaneio de silêncio

Onde um misto prático de realidade e sonhos

Não me deixa por minuto algum atento

Eu tenho sete motivos em quatro gerações humanas

Pra discordar de tuas palavras profanas

À esmo de um Que ce soit

Pelo signo da noite

Teu pescoço arrepiado, tua pele asseada

Louca, inebriada, espreita, gata despenteada

Outras palavras postas sobre a mesa

Je t’aime à francesa

Aguçando meus sentidos, entre reinos e domínios

Baixadas em teu corpo, estadias e repouso

Beber teu mel, fitar teus olhos, longínquos

Desafio, parto, fico, plano outro, redito, ouso!

E tal chama sofreu por teu cataclismo

As influências tardias do cinismo

Meu chapéu quebrado, tal qual meu coração

E as rosas vermelhas, pelo sangue e a cerração

La solitude et la pluie, molhando as lembranças

Ses mots doux, mantendo as esperanças

É tudo como uma miragem na neblina

Mas sinto que ao longe, sempre fostes minha...

E agora, antes que fostes ou que serás, apenas és!

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 19/08/2010
Código do texto: T2447989
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