EU FUI ALÉM DO AMOR
Quando me vi já não podia ser capaz de voltar a me ver
Pois a perda de todo poder era o único bem que a paixão me legou
O juízo levou e com ele migrou para além do horizonte esconder
Para ali me perder sob a luz da loucura que já me encontrou!
De repente a semente tornou-se raiz furiosa e faminta
Querendo que o fruto consinta em deter-se nas mesas do assédio
E escalonar o gigantesco prédio de uma novidade distinta
Esparramando volúpias qual tinta vivaz sobre o cinza do tédio!
Assim chegou o teu perfume que logrou revolução em meu olfato
Tornando-te rainha do meu tato, te elegendo vitalícia imperatriz
Doando o que não condiz, minimizando o vácuo que difere mito e fato
Lavrando irrevogável contrato que unifica meu querer e o que não quis!
Porque me caberia pela lógica da incoerência simplesmente te amar
Porém não era pra voar, tampouco deveria trespassar a imensidão
Seria algo de possível tradução e que milhões conseguem experimentar
Mas esse amor é de tal forma espetacular que já não tem e nem terá explicação!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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