NOSSOS DOIS QUERERES
Cada um de nós
tem dois quereres,
que nunca estão
sempre em si,
cada um de nós
“é dois seres”,
que estão perto
e longe daqui,
um quer ficar,
o’utro, partir,
um quer pensar,
o’utro, sentir...
Mas nenhum dos dois
quer pedir,
perdoar, dividir,
compartilhar -
quer, um ao outro,
invadir,
e, rebeldia, gerir,
até, competir,
esquecendo’o “existir”,
é o desejo a ferir,
é que no fundo, no fundo,
um quer amar,
o’outro, sorrir...
Nota do autor.
“Só o ambivalente ser humano “consegue” o contra-senso ao amor.”