O AMOR QUE O VENTO LEVOU / LOVE THAT THE WIND BLOWS
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O AMOR QUE O VENTO LEVOU
J.B.Xavier
Ventos que sopram, dizei-me do perfume
Que tantas vezes aspirei; do lume
Em que tantas vezes me aqueci...
Dizei-me de quando eu ansiava a luz,
Do tempo cuja lembrança ainda me seduz,
Do sorriso divino, que nunca esqueci...
Dizei-me, ventos que viajam tanto
Que fazer com o amargo do meu pranto
Que só por amor eu derramo ainda?
Dizei-me em que brisa meu amor se esconde,
Em que lugar devo procurá-lo, onde
Apaziguarei essa dor, que não se finda?
Ventos, que sois mensageiros de Mercúrio,
Por que intentos, por que infeliz augúrio
O levastes para tão longe assim,
E por que permitis que meu coração não esqueça,
Que a flor deixada comigo, não feneça,
Que jamais morra esse amor que foi plantado em mim?
Ventos de tempestades que me devastam a alma,
Espadas de dor que meu coração empalma,
Sutis sussurros ouço, em tua passagem,
Enquanto te vais, rodando o mundo, hás de vê-lo,
Sem, no entanto, teres, como eu, a loucura de perdê-lo,
E chorar enquanto ris, quando te fazes aragem...
Ventos que sopram, dizei-lhe ainda uma vez
Para que eu mantenha a mentira dessa altivez
Em que disfarço as lágrimas que derramo:
Dizei-lhe que já esqueci, que já não me abalo
Jamais dizei-lhe que se sorrio, ou que quando falo
Reafirmo ao universo o quanto ainda amo...
* * *
LOVE THAT THE WIND BLOWS
J. Xavier B.
Winds that blow, tell me about the perfume
That so often I aspired; about the lumen
In so many times I warm myself...
Tell me about when I craved the light,
About the time whose memory still seduces me,
About the God’s smile that I never forgot...
Tell me, winds that travel so much
What do I do with the bitterness of my tears
That only by love I pour yet?
Tell me which breeze my love is hidden in,
Where must I look for it, where
To appease the pain, that does not end?
Winds, you are the Mercury’s messengers
So, why intentions, why unfortunate omen
You took it away, so far,
And why did you allow my heart do not forget,
Why do you permit that the flower left whit me, no withers,
That this love that was planted in me never die?
Wind of storms that have devastated my soul,
Swords of pain that my heart grasping,
Subtle whispers hear in your passing fly,
While you run around the world, you shall see it,
Without, however, to fill, like me, the madness of losing it,
And weep as a laugh, when you became a soft breeze...
Winds that blow, tell it once again
For me to keep the lie of pride
In which one I disguise the tears I shed:
Tell it that I forgotten already, that I no longer shock myself
But never tell it that if I smile, or when I speak
I reaffirm for the universe how much I still love...
* * *