EM TANQUES DE CARVALHO

EM TANQUES DE CARVALHO

Perfeito, assim como o desígnio mais sumário,

Distante como os pecados consumados,

Ausente como todas as preces rituárias,

Comum como os perfis mais desgraçados.

Mesmo quando os horizontes eram distantes, eram também sombrios,

E a cada passo dado, mas longe me postava do que sou,

Alucinado, louco, solitário, que encalhou nas curvas de algum rio,

Assombrado com o dia e também com a noite, e com o mais também restou.

E na soma dos dias, o que sobrava era zero,

Os cálices eram poucos, mas eram cheios,

Entorpecido em frações da eternidade – quebrei a cada um dos elos,

E me vendo – ali mesmo arrebentei a cada um dos espelhos.

Quando nas minhas sombras eu me vi,

E o sol quente fritava aos meus sonhos,

Cansei de morrer e das caves fugi.

Dei três tiros em meu peito e enfim levantei,

Praguejei o meu passado e em uma cova o enterrei,

Viver não era vida... Pois vida encontrei.

Sérgio Ildefonso 01.04.07

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Sérgio Ildefonso
Enviado por Sérgio Ildefonso em 18/08/2010
Código do texto: T2446157
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