EM TANQUES DE CARVALHO
EM TANQUES DE CARVALHO
Perfeito, assim como o desígnio mais sumário,
Distante como os pecados consumados,
Ausente como todas as preces rituárias,
Comum como os perfis mais desgraçados.
Mesmo quando os horizontes eram distantes, eram também sombrios,
E a cada passo dado, mas longe me postava do que sou,
Alucinado, louco, solitário, que encalhou nas curvas de algum rio,
Assombrado com o dia e também com a noite, e com o mais também restou.
E na soma dos dias, o que sobrava era zero,
Os cálices eram poucos, mas eram cheios,
Entorpecido em frações da eternidade – quebrei a cada um dos elos,
E me vendo – ali mesmo arrebentei a cada um dos espelhos.
Quando nas minhas sombras eu me vi,
E o sol quente fritava aos meus sonhos,
Cansei de morrer e das caves fugi.
Dei três tiros em meu peito e enfim levantei,
Praguejei o meu passado e em uma cova o enterrei,
Viver não era vida... Pois vida encontrei.
Sérgio Ildefonso 01.04.07
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