À Sua Espera...
Por trás desta janela, quase oculto,
eu fico impaciente nessa hora
em que costumo avistar teu vulto
caminhando pela rua, como agora.
Voltas não sei de onde, do trabalho,
onde iluminas o lugar durante o dia,
como as estrelas que a teus pés espalho
numa homenagem em forma de poesia.
Não importa se a tarde está fugindo,
porque ao teu vulto ver, reconhecendo,
é como se o sol, num dia lindo,
saudasse mais um dia amanhecendo.
És portanto a deusa desta rua,
que se transforma num bosque, num jardim,
quando passas, serena como a lua,
em frente à noite que cai dentro de mim.