Amor platônico
Amor, palavra escusa e fugidia
que inflama o coração em mil tormentos,
fornalha a incinerar a carne fria
na pira funeral dos sentimentos...
Pois é o amor a morte de si mesmo,
a pena do martírio desejado
correndo o risco de esvair-se a esmo
em busca do distante ser amado.
Amor... um horizonte sempre à frente
etérea divindade sorridente
a penetrar nas almas sua graça...
Um barco que abandona o cais do porto,
o amigo que, encontrado em meio ao horto
tentamos abraçar... mas é fumaça!