SETE ANOS SEM VOCÊ
Quase sete anos se passaram e eu não me reconstitui,
eu pensava que ia ser uma questão de tempo,
de lamento e de consolo, e depois como uma ferida seca,
ficaria só a cicatriz, mas não, o que ficou é um corte aberto,
ensanguentado e que dói, dói muito.
Quase sete anos se foram,
e meu amor ainda não foi,
e ele me consome arduamente,
pois tenho que escondê-lo cá dentro do meu peito, sem deixar rastro
nem vestígio, nenhuma pista, e então, quando estou sozinho, tiro-o
do esconderijo, arrebento meu peito e choro, choro por um amor,
um amor que me acompanha a quase sete anos e que já deixou claro
para mim que durará mais setenta, e é isso que mata, e temo não
ser capaz de escondê-lo por tanto tempo.