O DESENHO DE UM SORRISO

Deitado na solidão e na penumbra de meu quarto, meu mundo,

Olho pela janela e imaginariamente desenho paisagens por entre as nuvens,

Castelos, gigantes, pássaros,

Formas perfeitas, pintadas em minha mente pelo universo da imaginação,

Complexas metáforas e analogias de meu inconsciente,

O belo, o majestoso, o perfeito rondam minha vaga mente,

Fotocópias autênticas de todos os meus sonhos,

Fantasias furtadas, mas nunca apagadas,

Dos amores e paixões que trago agregadas,

Um peito cheio e repleto de “nuvens desenhadas”,

Eu que não conheço o teu espírito,

Das tuas estradas ainda não aprendi o caminho,

Deitado em teu colo... repouso em meu ninho,

Oh! Quão belo é o resigno de tua alma,

Paraíso disperso, complexo e convexo no primeiro pecado,

Dos sonhos que carrego, jovem senhora, o maior deles é deitar-me ao teu lado,

Escorrer meus dedos pelas ondas de seu cabelo, como escorrem as ondas do mar pela areia,

Linda e bela sereia,

Corpo de menina, feições de uma perfeita mulher,

Lábios moldados no calor da paixão,

Aperfeiçoada em vidas após cada geração,

Estiveste com o Mestre,

E agora sei o que Ele riscava na areia diante da pecadora,

Cristo desenhava a beleza de um sorriso,

O seu sorriso.

Sérgio Ildefonso Nov/2004