O PERFUME RARO

teu cheiro

invade meus pulmões,

inflando meu corpo

em volúpias,

feito incenso sagrado

em templo profano,

entorpecendo

qualquer vestígio

de razão;

e o ópio

em seu pescoço

faz vertigens

no homem sério,

aquele de gravata frouxa

no fim do dia,

aquele cansado

e desprovido de alegria,

teu cheiro é um pássaro inquieto

que pousa sobre as ramas da tristeza,

um lençol de fino linho

que um dia cobriu Davi e Bate Seba,

é a razão para eu sempre voltar

as redes dissimuladas de seus abraços,

teu cheiro é um perfume raro.

Pallas Athenas
Enviado por Pallas Athenas em 15/08/2010
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