DELIRIO

Flash back no espelho:
vejo como um dia claro,
um deus grego
Louco de muitos desejos,
saciando nossa sede.
És, enfim, o prisioneiro.

Noites de espera, quimera,
corpos gritantes suados...
Quarto fechado sem janela.
Como não chamas de amor,
Corpos tão sintonizados?

Beijos dados, trocados
Não roubados, confiscados.
Fetiches então realizados,
encontro tratado, confirmado
desde o século passado.
Perdidos, mas de repente...
Encontrados, desvairados.

Cama quadrada, reflexo
dos dois cansados no espelho,
fazendo parte do ato.
Depois de ser tua, de ser meu
sem alma,acordo toda nua,
viramos confuso retrato.
Railda
Enviado por Railda em 15/08/2010
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T2440071
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