Bate coração, velho moinho em abandono
Na estrada tortuosa, nos fundos da planície fria
Cheia de mágoas e de sonhos
Bate pelos amores que atravessaram o céu
Como pássaros fugindo dos caçadores
Desaparecendo nos baços horizontes
Bate coração, inundado de desejos
A molhar minha seca alma
Nas paisagens do futuro, que já não me vejo
Bate que nenhum vento trará de volta
O cheiro das flores, das manhas tão belas
Bate, a chamar as esperanças que não voltam
Bate moinho entregue a própria sorte e sevicias
Acompanha-te as teias do tempo
Cobre-te o deserto de vozes e caricias!