RAIO ILUMINANDO



Agora, passados alguns dias,
percebo porque estive vagando,
tantos séculos infeliz, sem rumo.
Aguardava esse momento exato,
bússola sem compasso,
manhã sem relógio,
eclipse observando o ato.
E eu que imaginava que
precisaria da noite como álibi,
precisava de mais tempo pra
preparar o coração, de fazer
média, dizer que não...
Tudo estava ali... manhã pra
ser feliz... chuva, tempestade,
ninguém por perto, somente
nós três: eu você e a poesia.
Como pode o ser humano resistir?
Impossível não ter sido pura magia!
Aproveitei e bebi toda a chuva, mas
caíram todos os raios em mim, só
para matar a sede em você, nasci.
No momento, o céu está sem cor,
prestes a chover de novo... fixo
o pensamento, ouço-a cair e se
transformar em Mozart, Beethoven.
Pelo menos resta a esperança de que,
ao ver a mesma paisagem que eu,
lembre-se de sua escrava branca,
que mesmo defronte à tentação,
não quis fugir. Culpa da chuva...
Sei que é improvável você vir hoje.
Mas... fico me questionando:
Será que é verdade que o raio
não cai duas vezes, no mesmo
lugar iluminando?
Railda
Enviado por Railda em 14/08/2010
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T2438363
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