UM PERFUME CHAMADO MULHER

UM PERFUME CHAMADO MULHER

Renitente a sensação que me provocas

O acaso insistente e inexistente às minhas crenças

Mistérios obtusos e compactos, que contrariam as evidências...

Pequenos como um dia

Imensuráveis como o universo

Incontestáveis como o Verbo

O Verbo que era no princípio

O sacro pecado existente em seus olhos

A benção diabólica a todas as tuas virtudes

O essencial

O despertar de um homem afinal...

O renascer de um sol, instantes após o crepúsculo...

Sangue, lágrimas, peles e músculos

Uma alma

Um espírito

Uma essência

Mesmo finda tua adolescência

Mesmo morta a tua inocência

Carrega em teu sorriso o pleno teor da infância

A inconseqüente intolerância

A aceitável arrogância

A adorável poesia

Revestida em uma moldura pintada pela magia

Mas se o acaso não existe

E se cada um dos milagres tecem em si a lógica

O dedo de Deus delineou o contorno de seus traços

E aspergiu sobre ti uma santa-àgua

Não mais de o odor de uma criança

O perfume de uma mulher

E uma alma que me lembra a esperança

Sérgio Ildefonso 24 de agosto de 2005

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Sérgio Ildefonso
Enviado por Sérgio Ildefonso em 14/08/2010
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