UM PERFUME CHAMADO MULHER
UM PERFUME CHAMADO MULHER
Renitente a sensação que me provocas
O acaso insistente e inexistente às minhas crenças
Mistérios obtusos e compactos, que contrariam as evidências...
Pequenos como um dia
Imensuráveis como o universo
Incontestáveis como o Verbo
O Verbo que era no princípio
O sacro pecado existente em seus olhos
A benção diabólica a todas as tuas virtudes
O essencial
O despertar de um homem afinal...
O renascer de um sol, instantes após o crepúsculo...
Sangue, lágrimas, peles e músculos
Uma alma
Um espírito
Uma essência
Mesmo finda tua adolescência
Mesmo morta a tua inocência
Carrega em teu sorriso o pleno teor da infância
A inconseqüente intolerância
A aceitável arrogância
A adorável poesia
Revestida em uma moldura pintada pela magia
Mas se o acaso não existe
E se cada um dos milagres tecem em si a lógica
O dedo de Deus delineou o contorno de seus traços
E aspergiu sobre ti uma santa-àgua
Não mais de o odor de uma criança
O perfume de uma mulher
E uma alma que me lembra a esperança
Sérgio Ildefonso 24 de agosto de 2005
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