QUE DOCE AMAR
entrelinhas sozinhas
com versos subentendidos
luzes despretensiosas
cenas de bucolismo
árcade pastora
anjo ultrarromântico
vaso grego parnasiano
aura mística simbólica
moderna mulher
um signo cubístico
ser surrealista
corpo virtual atual
sempre o tempo amou
Platão já me disse
e Camões sonetou
o amor a desertá-lo
amo as puras fantasias
do literário amar dos homens
a verem nas mulheres
a beleza e o encanto
e as luzes nas entrelinhas
são os recheios do amor
mas o mais doce enlevo
se reveste em pura dor
pela distância cruel
ou a presença infiel
são os versos palavras
e as juras, passageiras