NECESSITE-SE AMAR...

Nem bem cheguei

E Vera se tinha ido

Sem arabescar mísero bilhete...

Foi-se que não sabia

Se eu voltaria um dia...

Agora que não está

Sou eu quem desconhece

Se Vera, um dia, voltará...

Nem vou esperar reclame

De novo me vou

Sem remorsos

Que me dane!

Não, não... Não houve culpa;

Não houve sequer esparrame;

Nada essencialmente gorou;

Não fui eu, não foi ela;

Foi nosso amor quem viajou

Sem aviso... Sem vexame...

É preciso assentir na vida, a piada:

Não carece que alguém me clame.

Preciso é que ela sempre fique

Ou que eu nunca me vá. Agora, pára!

Nem necessita que Vera me ame

Ou que eu necessite lhe amar...