Contentar-me

Contentar-me com teus beijos macios,

Lívidos que jorram da sua boca carente.

Ah, contentar-me de sede e vontade,

Caricias transloucadas, vulcão que berra,

Ansiedade que explode e lança,

Em dois corpos, uma esfera única.

Incendeia, incendeia Vênus minha.

Somos carentes, luas solitárias,

Desertos de ilusões.

Contentar-me nesse momento é em vão,

Contentar-me de ti e de seu calor,

Inútil, inútil e tolo.

Ilumine-me, Vênus minha.

Enlaça-me no teu ventre fruto,

Devora-me na sede de suas caricias.

(Rod.Arcadia)

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 13/08/2010
Código do texto: T2435971
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