Coração de Refém
Soa o bronze ao raiar do dia
E a noite dorme nos braços do arrebol,
A esperança que surge com o brilho do sol
Traz uma manta fina de pura melancolia.
No vaso a flor respinga seu orvalho
Ante o calor matutino da alvorada,
No devaneio curtido em plena madrugada
Resta uma solidão sombria sem atalhos.
O amor que na natureza floresceu
Traz no aroma a brisa suave do mar,
Sentir o sabor da flor após o desabrochar
É como falar do amor de Deus.
E, assim, um dia vai e outro dia vem,
Deixando o coração humano sempre de refém...
Ivan Melo / Lucas Alves