PAISAGEM NA JANELA ...
Teria (ou não) um motivo viável pra permanecer assim – pensativo???
Contemplo tua imagem na janela,
Qual pintura em aquarela, imagem mais bela...
Figura de rara beleza, revestida de nobreza,
Demonstrando toda grandeza...
Cor tão firme, tão forte e tão singela...
Meiga, selvagem e doce donzela,
Agora imaginava, que em busca desse sonho eu vivo...
Enquanto o sol descia lentamente atrás de montes...
Naquele final de tarde, muito embora sem vontade,
Mergulhado numa imensa saudade...
Sentindo o silêncio, ou ausência de palavras, entre nós,
Não mais sentia teu cheiro, nem ouvia tua voz...
Afinal, ainda esperava uma palavra tua...
Enquanto lá fora, começava a clarear a lua,
E sozinho estava em busca de horizontes...
Palavras não se fariam necessárias, num diálogo como aquarela...
SE você falou que gostava de ter os cabelos acariciados...
Por que, aprender primeiro pra depois fazer???
Isso é bom e não consigo esquecer tua face tão singela...
Nem teria sentimentos por uma gravura amarela...
Muito menos viver de sonhos que não poderiam acontecer...
Preciso sim, dizer que gosto de gestos não encenados...
Mesmo que seja apenas numa paisagem na janela...
A paisagem na janela que não é assunto como novela...
Tem sido o que me resta; mesmo assim a vida presta...
Enquanto o vai e vem do sol no cenário relicário
Diz que após mais um dia você irá voltar
Pela mesma calçada, como a bailar...
E talvez nem se dê conta
Que na mesma janela, como em tinta aquarela,
Sonhar contigo é tudo o que me resta...