Apologia

Eu canto a morte não como arremedo

de um espetáculo envolvido em dor.

Eu canto a morte - sem pesar nem medo -

como a mais bela dimensão do amor.

Pois se viver pela pessoa amada

é ir morrendo um pouco todo dia

então morrer é coisa abençoada

quando se doa ao outro co'alegria.

Por isso exalto a natureza humana

que, em decadência, com o pó se irmana

no amor sublime do descanso eterno.

O amor em tudo é peso e é juízo

morrer por ele é ter o paraíso

viver sem ele é padecer o inferno.

Marcel Gustavo Alvarenga
Enviado por Marcel Gustavo Alvarenga em 09/08/2010
Código do texto: T2427306
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