CLANDESTINO


É muito tarde pra ficar, amigo,
falas em mudar, arrependido.
Para clandestinos em meu mundo,
Não há passaporte, nem abrigo.

Passou teu tempo de estágio,
antes tivesses ficado em teu país.
Agora regresses às suas origens,
sem perturbar aquela que era feliz.

Rompem-se os laços entre nós,
a imigração tardia o irá resgatar.
Levarás consigo apenas a imagem
da mulher que ousou te desbravar.

Vai-te embora, marinheiro, pirata.
Levando tuas fantasiosas iguarias.
Meus olhos não mais brilharão,
através do espelho de tua escotilha.

Um punhado de solo insípido e árido,
dessas terras também hás de levar.
E lembrarás de mim apenas vagamente,
Quando o currículo a outra mostrar.

Eu vegetarei “feliz” além-mar...
Pois de tudo o “pouco” que vivemos,
nada mais há ... Exceto meu olhar,
secretamente a te procuraaar...
Railda
Enviado por Railda em 09/08/2010
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T2427146
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