Poema para Analuz!
 
 
Eu fui; já não sou! Quem eu fui; eu nunca soube!
Não tive tempo para saber do meu passado
Tive uma vida, envolvida na busca de soluções
Não que houvesse o que ser solucionado
Na verdade, problemas nunca houveram
As soluções, portanto, nunca as encontrei.
Verborragias em excesso, assim foram meus dias,
Quando eu me assentei, no lugar que tanto procurei,
Eu a vi, já nascida; em largo sorriso estampado;
Não na tua face, mas, na face da tua mãe escolhida.
Tu, vinda dos mares antigos, envolvida ainda no sal da vida
Deu-se para que eu encontrasse o caminho de retorno,
Sim! Eu estava perdido de amores, por outra nascida de mulher
Enfeitiçado por aquela beleza morena, por aquela tez serena
Pelo corpo inteiriço, pelo cheiro de chocolate esmagado.
 
E eis que tu, sorriso amargurado, madeixas curtas
Pernas enxutas e sem cadência nenhuma no caminhar
Retirou-me das águas do afogado
Trouxe-me a vida e a ela me entregou embriagado de amor
 
Novamente estou á amar
Amo tua voz rouca, teu gosto por pão e manteiga
Por café com leite
Amo, teus momentos de inteireza, com o absoluto, que só tu vê;
Teu choro de saudade, que não sei do quê
Tua liberdade de correr nua por minha casa
Que tu, teima em dizer nossa casa
Amo teu gosto pelo sal
Embora, eu mesmo; seja açúcar
Tornei-me doce, por tua causa.
 
Ampliei os horizontes da minha compreensão
Deixei de ter razão, sou mais ninguém
Sou apenas teu pai do coração
 
 
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 08/08/2010
Reeditado em 08/08/2010
Código do texto: T2425954
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