Pescador de ilusões
No barco entrei, tempo após
Em alto mar parei, a brisa soprava
A embarcação balançava
E eu atônito via o mundo que sonhei.
O cardume à superfície vinha
E feito prata brilhava
E no pensamento vozes eu ouvia:
- Me pesque, mas não me mate.
Da água retirei linha e anzol
Fiquei a observar movimentos
Eram tantas vidas a solicitar guarida
Que minha alegria virou lamento.
A embarcação pus retornar bem devagar
Barquinhos de papel fiquei a admirar
Girando, girando, eternamente
No meu pensamento a vagar.