AO MEU PAI & SOLIDÃO
Ao Meu Pai
Falar do meu pai talvez seja simples, talvez seja muito difícil, uma pessoa que passou a vida inteira com problemas de saúde, mas tinha forças sempre pra seguir, nunca teve a oportunidade do estudo que ele me deu, mas usava um português clássico que poucos tinham a capacidade, tinha um profundo conhecimento religioso, conhecia as Escrituras Sagradas da Bíblia a fundo, também sem ter formação teológica nenhuma, era um guerreiro da vida, deixando pra mim as melhores coisas que uma herança poderia permitir, e em primeiro lugar o nome sobrenome Reis que tanto amo, os ensinamentos de integridade, dignidade, respeito ao próximo, honestidade e um pedido, “meu filho, não me deixe partir sem te ver formado”, hoje sigo seus passos, procuro fazer o bem as pessoas, honro sempre o meu nome, que na realidade é o nome dele também, e graças ao bom Deus consegui realizar o sonho dele, me formei em 1988, com ele presente no auditório do colégio, me deu um abraço, não sabia eu como agradecer aquele momento, talvez pela pouca idade, ou por timidez, mas agradeci com um abraço, e pude sentir nele um momento de realização, que pra mim era pequeno, mas pra ele era imenso, na metade do ano seguinte ele me deixou por vontade de Deus que leva os bons ao seu encontro, foi cantar entre os anjos e hoje tenho certeza é a mais forte memória que posso ter de um super-herói, meu pai, que por algum motivo que ninguém sabia, se assentava sempre do lado esquerdo do sofá, vendo seu Jornal Nacional e ainda ouvindo num pequeno radio de pilhas o seu time do coração, o Atlético Mineiro, que por algum motivo da vida eu não consegui ser seguidor e por anos a fio fui rival esportivo do meu pai, o que jamais foi conflito, e sim motivo de vibrações contidas de respeito quando o meu time, o Cruzeiro, vencia o dele, e por uma obra da vida, um belo dia eu comecei a escrever os meus textos, guardá-los para mais a frente postá-los aqui no Livro dos Dias, e a vida me trouxe um presente alguns anos atrás, quando descobri em guardados de família um poema de 1949, manuscrito por ele, então descobri mais uma parte do que ele me deixou e hoje divido com você um pouco de Sylas Reis. Beijos e abraços a todos e um feliz dia dos pais.
By Everson Russo
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Solidão
Nas horas mortas da noite eu me levanto,
Envolto em um manto recolhendo-me ao frio,
Quero ouvir-te querida, e de canto a canto,
Eu vou andando a sós neste salão vazio,
Passo as horas calado andando, enquanto,
Ela a dormir, repousa em colchão macio,
Seu corpo esbelto, aconchegando ao manto,
A doce tepidez dos seios luzidios,
Dorme calma, tranqüila e despreocupada,
Das glorias, da existência e da ventura,
Dorme, sonha, sorri o mundo não é nada,
Foge aos encantos da vida e serás pura,
Dorme, e nesta sala a andar eu prossigo,
Sofrendo a terrível dor de um abandono,
Não podes deixar teu leito e estar comigo,
Dorme, porque atento velarei teu sono.
SYLAS REIS
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