ERA-ME NATURAL TE AMAR

No peitoril da janela

viviam uma flor amarela,

uma pink de pétalas finas

e outra, maior, violácea.

Tu me aguardavas,

alheada, a aguá-las...

Era-me natural te amar

como o tocar de pés na terra...

Significavas para mim,

de alecrim, um canteiro todo

disposto em postas lácteas

espiraladas nas fornadas de estrelas.

Eu gostava de imaginar

que te insinuavas, calada,

calma, para eu colher-te

E sentir-te entregue dentre meus dedos...

...Sorrias ao te despetalares

num bem-me-quer-mal-me-quer

de regalar-te/ou não em mim

deitada na grama dissimulada

do tapete green da sala...