A Ferro e Madeira
Mesmo para os trilhos que caminham paralelos
A perspectiva dá a chance de na do horizonte linha
Encontrarem-se no mesmo ponto que não caminha
O de fuga que une finalmente os divergentes e aninha
As diferenças e perpendicularismos dos dormentes
Que transformam em escada a estrada do Férreo-Amor
Escalera que nos faz subir sem a luta contra a gravidade
E resiste ao peso da locomotiva da vida, carregada de dor...
Como não há via férrea sem o paralelismos dos trilhos
Restam as chaves que nos desviam dos empecilhos
Evitando os choques e os terríveis descarrilamentos
Quando cochilam os controladores por momentos.
Podem os avisos serem feitos pelos velhos telegrafistas
Por vibrações celulares das cordas vocais em gritos
Ou por imediatos e estridentes sinais dos apitos
O importante é que os dois maquinistas contem com pistas
Que informem da localização de cada um dos trens
E no mundo das paisagens em movimento, os poréns
Se aliem às certezas e juntem as margens corrimãs
Do rio de ferro e madeira que corre para a última das manhãs.