VOLTA, MEU AMOR!
VOLTA, MEU AMOR!
Se partiste sem me dizer adeus...
Não nutrias nenhum amor por mim
Ao elevar meu pensamento a Deus
Olho em volta e com tristeza vejo
Solidão até mesmo no jardim.
No mesmo jardim cheio de cores
Onde passeávamos de mãos dadas
A olhar a paisagem colorida...
Hoje nada sinto ao meu redor
A não ser o pulsar da minha vida.
Jamais pensei que um amor tão doce assim
Pudesse transformar em uma saudade
Que machuca e vai levando ao fim
Uma vida tão cheia de esperança
De fé, de sonho e de felicidade...
Como num ritual, te espero ainda
Sentada na varanda cor-de-rosa
E vejo o sol se pôr no horizonte
E derramar seus raios esbraseados
Pelos prados e campinas bem distante...
É nessa hora que me entrego aos devaneios
Nada falo, pois tua ausência me fez silenciosa
Nada sinto, pois minh’alma parece sumir
Dentro do meu corpo exangue
Vazio de esperança e de teu calor.
Volta, meu amor, vem pra mim, vem...
Vem aquecer meus dias, tirar essa apatia
Que envolve todo o meu ser. Vem ver...
Vem ver o pôr-do-sol da nossa varanda
E, à tardinha, os passarinhos em doce melodia
Entoarem seus cantos a caminho dos seus ninhos.
Vem acabar com essa amargura que deixaste
No meu coração solitário e sedento de amor...
Tu eras da minha vida a seiva que nutria
Meu corpo, meu espírito e minh’alma a cada dia.
Volta, volta logo, estou me alimentando da saudade
Saudade intensa imersa nas águas escorregadias
De um amor que se perdeu em meio a veleidade...